- Justin ? - me aproximei e passei a mão pelo seu rosto.
Ele arregalou os olhos pra mim tentando se levantar.
- Como chegou até aqui ? - o ajudei.
- Eu pulei na água atrás de você e não te encontrei. Pensei que estava...morta - ele fez uma cara triste.
- Não, eu não to - falei ironicamente.
- Temos que conversar...
- Depois conversamos, olha só o seu estado. Consegue sentir sua perna ?
Toquei sua perna direita e a massageei.
- Mais ou menos - percebi que ele disse olhando pra mim.
Fiquei meio sem jeito e me afastei.
- Tá preocupada comigo ?
- Ah...você tá machucado.
- E você? se feriu ?
- Não, só tem um hematoma aqui - apontei pro meu braço esquerdo - acho que bati em algo.
Ele deu uma olhada e baixou a cabeça.
- Onde a gente tá ? - perguntei examinando o lugar.
- Não sei.
- Você precisa de médico, temos que sair daqui rápido.
- Não vai ser tão fácil assim.
- Porque ?
Ele levantou a cabeça e olhou diretamente pra meus olhos.
- Porque não sei onde estamos.
Óbvio.
Me sentei ao lado dele tentando pensar em como sair dali. Justin estava machucado, e podia estar com a perna quebrada, ele precisa de cuidados, mas não sei o que fazer.
Me ajoelhei em frente a ele, rasguei uma parte da minha blusa e amarrei em sua perna pra parar o sangramento.
- Não precisa se preocupar comigo.
Não respondi e me levantei.
- Vou dar uma volta, ver o que acho, aqui tem que ter pelo menos comida...
- Não vai sozinha.
- Vou com quem ? com você ? você não consegue nem ficar em pé.
- Mas não precisa ir agora.
- Porque ?
- Eu to machucado como você mesma disse, eu só quero que você fique aqui...mais um pouco.
Ele me olhou tristonho. Não consegui resistir, o que tá acontecendo comigo...
- Tá, eu fico, mas só até sua dor passar.
Me sentei ao seu lado e ele me envolveu em seus braços.
O silêncio dominou a caverna. Só podia ouvir o som da pequena cachoeira. Justin me puxou pra mais perto e encostei minha cabeça em seu ombro.
Não entendi o que ele pretendia. Só sei que isso era bom.
Eu e Justin ali, numa caverna escura e fria. Isso deveria ser assustador, mas com ele ali...! Ele me confortou de algum jeito.
Me lembrei de como cai no lago. Justin não queria que eu entrasse, talvez ele sabia que isso iria acontecer. Talvez ele até saiba onde estamos, mas porque ele não me diria ? E porque ele não entrou no lago de imediato pra me salvar ? Isso tudo é muito estranho.
Senti que Justin havia dormido. Tirei seus braços sobre mim de leve e me levantei. Ele ficou encostado na parede. Sei que é desconfortável, mas eu não podia fazer nada.
Olhei em volta da caverna e me preparei pra uma caminhada. Quem sabe eu não encontro o caminho de volta ?
Fui pela esquerda, onde dava a luz do sol, oposto a cachoeira. Já havia amanhecido, então seria mais fácil. Andei entre algumas rochas. Até que encontrei uma saída, mas essa saída ainda não era pra fora do lugar. Era uma espécie de floresta. E isso talvez seja bom. Entrei nela em direção a uma bananeira. Consegui pegar um último cacho de bananas maduras. Rondei o lugar e não encontrei nenhum lago ou nenhuma vista familiar.
Voltei pra caverna com o caminho decorado e logo cheguei onde Justin estava. Ele havia acordado e me olhava assustado.
- Olha o que consegui - ergui o cacho pra ele.
- Onde foi ?
- Encontrei uma mini floresta, que infelizmente não dava pra nenhum lugar.
- Eu disse pra ficar aqui.
- Você não é meu pai e não tenho que te obedecer.
- Teimosa.
- Pelo menos fiz algo - joguei o cacho pra ele.
- Obrigado.
Me sentei na frente dele.
- Mas ainda não to satisfeita. Deve ter uma saída, se tem uma floresta, tem luz, tem uma saída.
Ele ficou em silêncio e comeu pra disfarçar isso.
- Não vai comer ?
- Não to com fome.
- Você também tem que se alimentar.
- Eu quero sair daqui - me encolhi olhando pro lugar.
- Eu também.
- E se a gente entrar no lago de volta...
- NEM...pense nisso - ele me interrompeu.
- Porque não ? - olhei pra ele sem resposta - quer saber ? você é muito esquisito, eu sei que você sabia que se eu entrasse na água, eu seria levada pra corrente, sabia que daria nesse lugar, então você sabe como sair daqui, ENTÃO FALA, CARAMBA.
Me levantei de raiva e comecei a andar de um lado pro outro.
- Não é tão fácil assim - ele finalmente respondeu.
Respirei fundo e me sentei de novo.
Desde aquele momento o silêncio inundou o lugar novamente. Nos encarávamos de vez em quando.
Ás vezes fico pensando...como um ser porque ser tão estranho e perfeito ao mesmo tempo ? Justin mesmo com aqueles machucados, com esse mistério e sério, ele é tão...lindo.
Vi que ele tentou se mover e se erguer. Olhei pra ver se ele conseguia. Sua perna já deve estar boa. Ele tombou um pouco...
- Deixa eu te ajudar - fui até ele e envolvi seu braço no meu pescoço - consegue ?
- Acho que sim.
Olhamos pra sua perna, que se firmava no chão.
- Não quebrou - ele disse sorrindo.
Fiquei feliz por isso. Nossos rostos se ergueram juntos. Eu estava a milimetros de distância dele. Conseguia sentir sua respiração e olhar em seus olhos cor de mel. Senti um arrepio percorrer meu corpo quando nossos lábios se encontraram.
4 comentários:
Que lindo véi ! continua , por favor .
Ah, que lindo amor.
Continua, tá perfeito :)
E como o Justin conhecia esse lugar ?
PUTA QUE PARIU *0* QUER ME MATAR? já to até imaginando o que vi acontecer nessa fic :p kkkkk
Noss' ta perfeito pacas! Continua logo amore!
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