segunda-feira, 28 de maio de 2012

O Diário de Elizabeth - Capítulo 12

 Justin tocou meu rosto levemente. Cedemos aquele beijo com calma. Ele pôs a outra mão em minha cintura e me puxou pra mais perto. Foi um beijo tranquilo, porque logo me afastei. Fiquei um pouco distraída com meus pensamentos.
- Me desculpa, eu...
- Porque tá se desculpando ? - Justin deu um sorriso de canto.
 Não respondi. Eu ainda estava meio tonta. Olhei pra ele novamente e me perguntei várias vezes porque eu havia deixado ele fazer isso. A verdade é que a primeira impressão que tive sobre Justin não foi a melhor de todas. Mas agora ele parece....diferente. Eu conheço um novo Justin a cada dia e parece que a cada dia mais me da vontade de estar perto dele. Ás vezes ele parece ser calmo e atencioso, no outro machista e grosseiro.
 Não sei se estava preparada pra um novo namorado ou algo do tipo. Mas o sorriso dele...Ah, sim, esse seria o sorriso que eu queria levar pro resto da minha vida.
- No que está pensando ? - Ele me perguntou, me tirando de meus pensamentos.
- Na minha vida.
 Ele deu um sorriso torto.
- Acabei de te beijar e está pensando na vida ?
- Você não entende - me sentei em cima de uma rocha.
- E porque não ?
- É coisa de...garotas - tentei ser realista.
- Ah - ele bufou e se sentou na rocha de baixo - não vai me contar ao menos do que achou ?
- Do beijo ?
- Sim.
- Hm, eu...- pigarreei - por que tá me perguntando isso ?
- Sei lá - ele tentou fugir do assunto assim como eu.
 Não estávamos confortáveis com esse assunto.

 Se passou 2 dias. Justin e eu revezávamos pra buscar comida. Eu já havia perdido as esperanças de sair dali. Mas eu sempre rondava o lugar em busca de uma salvação.
 Não comentamos nada sobre o beijo, nem ao menos tocamos no assunto. Ele até evitava em me tocar, o que deixava o ambiente mais tenso. Eu já estava pirando com isso. Na verdade eu queria beijá-lo de novo, olhar profundamente em seus olhos e sentir sua respiração.
 Agora ele estava deitado com as mãos atrás da cabeça e parecia pensativo. Tudo o que eu queria era chegar lá e dizer que o amava, ou pelo menos dizer que ele não precisa ficar tenso perto de mim, ou talvez dizer que gostei de seu beijo. Pode ser que o agrade.
 Só sei que quanto mais penso, mais fico confusa.
 Me levantei e caminhei até ele.
 Justin nem ao menos se virou pra mim. Me sentei ao seu lado e ficou o encarando. Ele olhou pra mim meio confuso e voltou o olhar pro teto.
- Podemos conversar ? - pedi cautelosa.
 Ele fez um gesto de sim.
- Bom...- eu não sabia como começar - eu só queria dizer que...possivelmente esteja chegando dezembro e...vai fazer frio. - Improvisei.
 Ele não me respondeu, e novamente não olhou pra mim. Fiquei admirando o rosto dele. Seus olhos castanho claros sérios, sua pele gélida, o formato do rosto rígido e a boca...convidativa. Eu queria beijá-lo. Eu devo fazer isso ? E se ele se assustar e ser grosso comigo ? E se ele não gostar e se distanciar mais de mim ? Quer saber ? Foda-se.
 Fui chegando perto de seu rosto, bem devagar. Isso fez ele olhar pra mim, sorri de canto e colei nossos lábios. Foi como se você estivesse sem comer a 5 meses e tivesse acabado de mordiscar um biscoito com gostas de chocolate. Foi como se você corresse 10 quarteirões e tivesse acabado de tomar um gole d'aguá. Foi como...matar o que estava te matando.
 Ele cedeu o beijo rapidamente e foi se levantando, pra ficar sentado comigo. Colocou uma de suas mãos em meu rosto, me puxando mais pra ele. Agora ele já estava no controle. Justin me beijava calorosamente. Ele me levantou, me fazendo ficar com as penas em volta de sua cintura. Não conseguíamos parar. Eu estava errada; ele não ficaria nem bravo, nem assutado; pelo contrário. Ele queria isso mais do que eu - se fosse possível.
- Porque fez isso ? - ele me perguntou em uma pausa de um beijo.
- Eu precisava.
- Agora admite que é louca por mim ?
 Ri me lembrando.
- Sim.
 Ele me soltou e aos poucos fui sentindo o chão.
 Sorri meio envergonhada.
- Porque não disse que tinha gostado ?
- Fiquei sem graça - fui direta.
- Você ficou em silêncio por bastante tempo e disse que estava pensando na vida.
- E eu estava.
 Ele abaixou a cabeça.
- Não percebe ? - segurei seu rosto entre minhas mãos.
- O que ?
- Minha vida agora...é você.

domingo, 20 de maio de 2012

O Diário de Elizabeth - Capítulo 11

- Justin ? - me aproximei e passei a mão pelo seu rosto.
 Ele arregalou os olhos pra mim tentando se levantar.
- Como chegou até aqui ? - o ajudei.
- Eu pulei na água atrás de você e não te encontrei. Pensei que estava...morta - ele fez uma cara triste.
- Não, eu não to - falei ironicamente.
- Temos que conversar...
- Depois conversamos, olha só o seu estado. Consegue sentir sua perna ?
 Toquei sua perna direita e a massageei.
- Mais ou menos - percebi que ele disse olhando pra mim.
  Fiquei meio sem jeito e me afastei.
- Tá preocupada comigo ?
- Ah...você tá machucado.
- E você? se feriu ?
- Não, só tem um hematoma aqui - apontei pro meu braço esquerdo - acho que bati em algo.
 Ele deu uma olhada e baixou a cabeça.
- Onde a gente tá ? - perguntei examinando o lugar.
- Não sei.
- Você precisa de médico, temos que sair daqui rápido.
- Não vai ser tão fácil assim.
- Porque ?
 Ele levantou a cabeça e olhou diretamente pra meus olhos.
- Porque não sei onde estamos.
 Óbvio.
 Me sentei ao lado dele tentando pensar em como sair dali. Justin estava machucado, e podia estar com a perna quebrada, ele precisa de cuidados, mas não sei o que fazer.
 Me ajoelhei em frente a ele, rasguei uma parte da minha blusa e amarrei em sua perna pra parar o sangramento.
- Não precisa se preocupar comigo.
 Não respondi e me levantei.
- Vou dar uma volta, ver o que acho, aqui tem que ter pelo menos comida...
- Não vai sozinha.
- Vou com quem ? com você ? você não consegue nem ficar em pé.
- Mas não precisa ir agora.
- Porque ?
- Eu to machucado como você mesma disse, eu só quero que você fique aqui...mais um pouco.
 Ele me olhou tristonho. Não consegui resistir, o que tá acontecendo comigo...
- Tá, eu fico, mas só até sua dor passar.
 Me sentei ao seu lado e ele me envolveu em seus braços.
 O silêncio dominou a caverna. Só podia ouvir o som da pequena cachoeira. Justin me puxou pra mais perto e encostei minha cabeça em seu ombro.
 Não entendi o que ele pretendia. Só sei que isso era bom.
 Eu e Justin ali, numa caverna escura e fria. Isso deveria ser assustador, mas com ele ali...! Ele me confortou de algum jeito.
 Me lembrei de como cai no lago. Justin não queria que eu entrasse, talvez ele sabia que isso iria acontecer. Talvez ele até saiba onde estamos, mas porque ele não me diria ? E porque ele não entrou no lago de imediato pra me salvar ? Isso tudo é muito estranho.

 Senti que Justin havia dormido. Tirei seus braços sobre mim de leve e me levantei. Ele ficou encostado na parede. Sei que é desconfortável, mas eu não podia fazer nada.
Olhei em volta da caverna e me preparei pra uma caminhada. Quem sabe eu não encontro o caminho de volta ?
 Fui pela esquerda, onde dava a luz do sol, oposto a cachoeira. Já havia amanhecido, então seria mais fácil. Andei entre algumas rochas. Até que encontrei uma saída, mas essa saída ainda não era pra fora do lugar. Era uma espécie de floresta. E isso talvez seja bom. Entrei nela em direção a uma bananeira. Consegui pegar um último cacho de bananas maduras. Rondei o lugar e não encontrei nenhum lago ou nenhuma vista familiar.
 Voltei pra caverna com o caminho decorado e logo cheguei onde Justin estava. Ele havia acordado e me olhava assustado.
- Olha o que consegui - ergui o cacho pra ele.
- Onde foi ?
- Encontrei uma mini floresta, que infelizmente não dava pra nenhum lugar.
- Eu disse pra ficar aqui.
- Você não é meu pai e não tenho que te obedecer.
- Teimosa.
- Pelo menos fiz algo - joguei o cacho pra ele.
- Obrigado.
 Me sentei na frente dele.
- Mas ainda não to satisfeita. Deve ter uma saída, se tem uma floresta, tem luz, tem uma saída.
 Ele ficou em silêncio e comeu pra disfarçar isso.
- Não vai comer ?
- Não to com fome.
- Você também tem que se alimentar.
- Eu quero sair daqui - me encolhi olhando pro lugar.
- Eu também.
- E se a gente entrar no lago de volta...
- NEM...pense nisso - ele me interrompeu.
- Porque não ? - olhei pra ele sem resposta - quer saber ? você é muito esquisito, eu sei que você sabia que se eu entrasse na água, eu seria levada pra corrente, sabia que daria nesse lugar, então você sabe como sair daqui, ENTÃO FALA, CARAMBA.
 Me levantei de raiva e comecei a andar de um lado pro outro.
- Não é tão fácil assim - ele finalmente respondeu.
 Respirei fundo e me sentei de novo.

 Desde aquele momento o silêncio inundou o lugar novamente. Nos encarávamos de vez em quando.
 Ás vezes fico pensando...como um ser porque ser tão estranho e perfeito ao mesmo tempo ? Justin mesmo com aqueles machucados, com esse mistério e sério, ele é tão...lindo.
 Vi que ele tentou se mover e se erguer. Olhei pra ver se ele conseguia. Sua perna já deve estar boa. Ele tombou um pouco...
- Deixa eu te ajudar - fui até ele e envolvi seu braço no meu pescoço - consegue ?
- Acho que sim.
 Olhamos pra sua perna, que se firmava no chão.
- Não quebrou - ele disse sorrindo.
 Fiquei feliz por isso. Nossos rostos se ergueram juntos. Eu estava a milimetros de distância dele. Conseguia  sentir sua respiração e olhar em seus olhos cor de mel. Senti um arrepio percorrer meu corpo quando nossos lábios se encontraram.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O Diário de Elizabeth - Capítulo 10

 Essa história realmente me assustou. Josué mataria ou não mataria o pai de Elizabeth ? Ela o perdoaria ? E porque estou me perguntando isso ao invés de continuar lendo ? A próxima página estava molhada. Que ótimo! Então pulei algumas páginas.

 O lugar era escuro e eu ouvia ruídos vindo de fora. Não consigo imaginar que Josué tenha me enganado.
"Covarde" gritei, mas ele tapou minha boca, novamente. "Por favor, Elizabeth, tente me entender". Era incrível como ele parecia despreocupado. Entender o que ? que ele matou meu pai por uma vingança boba ?
 "Não quero te machucar" ele sussurrou. "Eu não matei...seu pai" ele disse no mesmo tom. Como assim ele não matou meu pai ? Garoto estúpido. Me remexi e ele apertou meus braços. "Calma, já disse que não quero te machucar". Josué pigarreou e parecia que ir começar uma longa história.
 "Ontem a noite eu estava indo até sua casa, porque estava decidido a enfrentar seu pai...não pela vingança, mas por...você. Não queria mais essa vida. Não queria ter que bater de frente com um Brand todos os dias, porque eu tenho você. Percebi que você é a única que sempre está do meu lado, todos esses meses e nem posso mais contar com meus amigos. Não consigo olhar pra nenhuma outra garota. Então decidi que deixaria tudo pra trás pra ficar com você. Pra ter você. Sei que gosta de mim e sei que talvez nunca vai me perdoar pelo o que eu vou te falar. Mas saiba que não importa o que aconteça, você é a única garota que eu já amei em toda a minha vida e a única que vou amar. E não importa a sua opinião sobre isso, eu cheguei até aqui e vou lutar por você, mesmo você me odiando... Hoje, chegando em sua casa, vi um garoto conversando com um dos guias do seu pai. Olhei melhor pra ver se conhecia, até que percebi que era o Bryan. Esperei ele ir embora, mas ao invés disso, o vi com algo na mão, parecia um objeto pontudo, ele agiu rápido e logo um dos guias caiu no chão. Bryan olhou pros lados e entrou na casa rapidamente, como se fosse um velho amigo. O engraçado era que não havia mais nenhum deles ali. Fui atrás é claro, mas ele percebeu quando viu minha sombra. Ele se viu e me olhou com olhos cheios de raiva. Não sabia o que ele pretendia. Mas Bryan ergueu a faca pra mim como uma ameaça. Tentei conversar com ele, sem sucesso...". "Mas o que ele fazia aqui ?" o interrompi. "Bryan é da minha família, na verdade ele foi adotado por um de meus tios e disse que só estava tentando manter a honra da família. Tentei pegar a faca das mãos dele...". "E conseguiu ?". "É...não percebemos que seu pai estava vindo e...quando ele chegou perto de nós, acabei perfurando seu peito. Não acreditei no que tinha feito, nem sabia mais quem eu era. Bryan sorriu ironicamente pra mim e fugiu. Fiquei tão constrangido que fiz o mesmo. Elizabeth...eu não queria..Eu juro. Fui um acidente." Vi uma lágrima brotar dos olhos de Josué. Estaria ele falando a verdade ? 

 Ouvi um barulho estranho vindo do fundo da caverna, me desconcentrando. Me levantei e percebi que tinha alguém ali. Me escondi rapidamente atrás de uma rocha. Estava escurecendo e eu não via a sombra da pessoa que pelo barulho quase se rastejava no chão. Pude ouvir um pequeno gemido de dor e uma respiração ofegante. E consegui ver melhor a pessoa que logo se atirou no chão de cansaço perto da onde eu estava. Não sabia o que fazer. Qual seria o risco de alguém naquele estado me machucar ? Com certeza se essa pessoa tentasse algo contra mim, não conseguiria nada. Cheguei mais perto e parecia que ele estava machucado. Havia alguns cortes no rosto e nos braços. As pernas pareciam cansadas. Eu acho que não fui a única a lutar contra um lago assassino. Fui até lá e...eu conhecia esse rosto.
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EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEH, queridas leitoras não me matem, please. Sou uma PESSIMA escritora. Mas acontece que estava meio doente esses dias e eu estava enfrentando alguns problemas. Sei que sempre paro nas melhores partes e demoro MUITO pra escrever. Notei que tem poucos posts por mês e PROMETO que vou tentar escrever mais!!! eu acho que já prometi isso, enfim...! espero que gostem do capítulo, e outra coisa, tá ficando confusa a história ? estão entendendo, tá ficando legal ? eu tenho medo que não gostem. então deem suas opiniões nos comentários e deixem os twitters porque sempre que tem um capitulo novo eu aviso vocês. BEAAAJ, e love you all!!!