sexta-feira, 13 de abril de 2012

O Diário de Elizabeth - Capítulo 9

Já sem ar encontrei terra firme. Fiquei um bom tempo com uma só respirada. Joguei o diário longe. Estava frio, escuro e só depois fui notar onde eu estava. Era uma espécie de caverna, onde tinha pedras enormes, um pedaço do lago que chorrava água e outro pedaço mais calmo. Me levantei com dificuldade caminhando por volta das pedras, até encontrar um buraco na parte de cima onde radiava um pouco de sol. Eu estava rodeada de rochas...um lugar praticamente sem saída. Onde eu estava ?
 Voltei pra onde eu tinha jogado o diário. Eu não estava mais com a chave, então empurrei o cadeado contra uma rocha, e logo se abriu. Havia poucas páginas secas. Esfolheei até encontrar uma data que me chamou a atenção.


7 de abril de 1938
Mais uma vez me trancaram dentro de casa. Não posso nem ao menos olhar pela janela, os guias do meu pai estão de plantão e não saem dali. Isso daqui tá virando uma prisão e um hospício da parte dos meus pais. Ás vezes peço pra empregada levar cartas a ele. Na verdade ele costumava a me responder, mas não recebo nem uma resposta. As coisas estão ficando difíceis.


 É engraçado porque se eu não me engano já li está página uma vez...quando eu encontrei o diário esta foi a primeira página que abri. Continuei a ler...

 Mas Josué nunca responde, estou em aflição. Os guardas estão sempre a postos e meu pai não sai de casa.
Até que ouvi um barulho estrondoso vindo lá de fora. Olhei pela janela e um dos guias estava deitado no chão e os outros o acudindo. Parece ser um tiro mas de quem ? quem atiraria neles ? Tentei sair do quarto, mas a porta estava trancada. Bati na porta pra tentar chamar a atenção, gritei minha mãe mas eles não iriam me ouvir. Voltei minha atenção na janela. Era muito alto pra mim pular. Ouvi a porta do meu quarto se abrir, era minha mãe que entrou e trancou rapidamente. Perguntei pra ela o que havia acontecido, ela disse que não viu nada, mas que havia um psicopata dentro de casa e que espera .. ! o que ela disse ? Ele...matou...matou meu pai ? "COMO ASSIM, MÃE ?", "calma, filha, o que importa é que nada te atingiu", "mas como conseguiram ?", "eu não sei". A partir daí, minha mãe não parou de chorar. "Mãe, me dá a chave", "você não vai lá", "é claro que vou, eu quero ver quem o matou", "é um psicopata, filha, ela vai te matar, também", "não importa". Peguei as chaves da mão dela a força e corri até a porta. Ela tentou me impedir, sem sucesso. Assim que sai do quarto, fui direto a saída e já havia ambulância acudindo o guia, fui pra sala e lá estava o corpo do meu pai - esticado no chão, com uma pequena mancha brotando sangue de sua camisa no lado esquerdo do peito. Me debrucei nele e comecei a chorar. Meu pai podia ser a pessoa mais terrível, mas jamais desejaria isso a ele. E eu nem pude dizer o quanto estou agradecida a ele. Os médicos o levaram pra fora na maca - os acompanhei. Vi algo se mexer nos arbustos perto dali. Deveria ser o desgraçado, fui até lá e percebi que havia alguém. Fui mais cautelosa em segui-lo, mas parei assim que notei sua face incrivelmente branca e escupida por anjos. Era ele, o homem da minha vida, o cara com quem sonho todas as noites, ele estava ali apavorado e quando olhou pra mim, ficou sem reação. O que ele fazia ali ? Sera que ele... ? Não. Não podia. Josué não seria capaz...seria sim - me lembrei da história que ele me contara a dias atrás. Mas pensei que ele não faria nada, pensei que ele gostasse de mim, pensei que ele havia desistido de tudo por mim. Agora ? eu já não sabia mais de nada.
 Ele se aproximou de mim e disse 'calma', mas nada do que ele disser vai fazer a diferença, ele matou o meu pai. Me afastei e a palavra que jamais sairia da minha boca soou diretamente pra ele, 'assassino'. Comecei a correr de volta pra casa. Mas ele me segurou tapando minha boca, para que eu não gritasse.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

O Diário de Elizabeth - Capítulo 8

 A descoberta de Elizabeth me levou a dúvidas...essa história vale a pena mesmo ser lida ? E Elizabeth me respondia através de seu sofrimento. Em alguma palavra que estava escrita ali, me pedia ajuda. Ainda vou descobrir o que Josué escondia e o que Elizabeth queria transmitir.
 Fechei o diário e escutei passos em volta do jardim. Era Justin que acabara de sentar ao meu lado.
- O que lê tanto nesse caderno ?
- Não sei dizer ainda - disse o trancando.
- Quero te mostrar um lugar, vem - ele se levantou e estendeu a mão pra mim.
 Ultimamente Justin tem agido de uma forma estranha. Ele não parecia ser mais o garoto arrogante de antes. Decidi confiar nele. Assim que me levantei e peguei sua mão, um sorriso brotou de seus lábios.
 Passamos por uns arbustos entre a floresta. Estava no meio dia, mas ainda continuava meio escuro por causa das árvores. Fizemos ao longa caminhada e só depois notei o barulho das águas que vinha mais a frente. Ele sorriu e me puxou pra que andássemos mais rápido.
- Que lugar é esse ? - perguntei quando chegamos.
- An...eu descobri esse lugar a pouco tempo. Só sei que ninguém vem aqui.
 Larguei sua mão e me aproximei da cachoeira, onde a água caia bruscamente em um pequeno lago.
- Porque me trouxe aqui ? - parei pra olhar em seus olhos.
- Porque queria dividir com alguém - ele desviou o olhar rápido.
 Justin - assim como eu - tirou os sapatos e sentou na margem do lago.
 A água estava impecavelmente gelada e percebi que não era um  lago pequeno, pois não era nada raso.
 Depois de um tempo com os pés ali, reparei no silêncio de Justin. Ele estava calado demais, quieto demais.
- Quer entrar ? - perguntei me virando pra ele.
 Ele negou.
- Não tem graça ficar só batendo os pés - me estiquei pra mais perto do fundo e ele segurou minha mão, me impedindo - o que foi ?
- É melhor não entrar.
- Porque ?
- Talvez seja...perigoso.
- Perigoso ? - ri - é só um lago e eu sei nadar.
 Ele olhou diretamente pra mim e gelei com sua expressão. Justin parecia furioso com a minha teimosia.
- Nunca entrou aqui ?
 Ele negou novamente.
- Então vem comigo. Não deve ser tão perigoso.
 Ele soltou minha mão se levantando. Fiz o mesmo. Não soltei o diário pra nada.
- Eu não posso entrar ai - ele dizia de costas pra mim.
- E porque não ? - assim que toquei seu ombro ele se virou irritado. Assustei com isso e acabei dando um passo em falso pra trás caindo dentro do lago.
 A única coisa que vi foi ele tentando me segurar - sem sucesso.
 Como percebi antes o lago não era nada raso, e pela superfície parecia ser calmo, e quanto mais a água me levava pra perto da cachoeira, mais violenta ficava. Tentei nadar pra cima, fazendo o diário de remo. Mas o medo me dominava e fazia com que eu perdesse minhas forças. Olhei pra todos os lados em busca de algo que me fizesse subir, mas a única opção que encontrei era parar de lutar contra a força das águas e segui-las. Não sei pra onde eu iria, mas a única coisa que importava naquele momento, era que eu ainda estava respirando.
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OBRIGADAAAAAAAAAAAAA pelos comentários, não sei como ainda tenho leitoras. eu sou uma péssima escritora eu sei, mas me perdoem, andei tendo uns probleminhas ai - que estava me distanciando do Jus - mas NEVER que perco bieber FEVER. então espero que gostem desse mísero capítulo. *-*